sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

DIA 02 - INCONFIDENTES A BORDA DA MATA - 32 KM

Após uma boa noite de descanso, acordamos novamente às 06h00 e descemos para o desjejum. Espreitei da sacada e confirmei que o tempo continuava estável!



O café da manhã foi simples, mas continha tudo o que precisávamos como pães, frios, maça, banana, café e leite. 


Às 07h30 partimos em busca de novos desafios. 



Segue um pequeno resumo sobre a história da cidade:
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Cidade de Inconfidentes -  Com o rio Moji-Guaçu margeando a cidade, facilitou-se a vida agropecuária onde destacam-se o cultivo de alho, leite, café e feijão. Município foi criado como distrito em 1.953 e emancipado em 1.962. O nome atual foi uma homenagem aos heróis da Inconfidência Mineira. Hoje em dia a principal atividade econômica gira em torno do crochê e da malha. 

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CICLOVIAGEM 
  • Data:                  24/12/2017
  • Estação:            Verão temp.: mín. de 21º / máx. 30º 
  • Altimetria:         1.062m ascendentes / 1.029m descendentes
  • Quilômetragem: 32 km
  • Trajeto:              Inconfidentes a Borda da Mata


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Antes de partir, fizemos uma foto no centro da cidade e do maravilhoso céu que recebemos de presente! 



Ainda na avenida principal, chegamos a uma placa que direciona o peregrino ao Caminho da Fé ou ao Caminho da Prece.


Como no último ano tivemos o privilégio de conhecer o Caminho da Fé, hoje era dia de seguir em frente rumo a Serra do Monjolinho, pelo Caminho da Prece. 


No horizonte, já tínhamos uma dimensão da serra que nos aguardava. 



Os primeiros quilômetros já apresentam um aclive bem acentuado! Por sorte o local é também bem arborizado. 


Conforme chegamos ao topo da montanha, a vegetação vai se espaçando permitindo que a paisagem nos encante. 


Este trecho me fez lembrar a serra da Luminosa, no Caminho da Fé, não pela dificuldade, mas pela vegetação e beleza!





Com tantas paisagens era difícil pedalar. Cada pedalada exigia uma parada, para fotos e contemplação.




Uns 5 km após a cidade, chegamos ao quarto cruzeiro, localizado a uma altitude de 1.047m. 


A paisagem aqui de cima é simplesmente fantástica! Neste ponto, semelhante a Cruz de Ferro do Camiño de Santiago, o peregrino é incentivado a trazer sua pedra como símbolo de seu desapego, para deixá-la ao pé da cruz. Notamos várias pedrinhas em volta deste cruzeiro. 

Saindo daqui, seguimos em franco descenso. Novamente a dificuldade era se manter pedalando, ante cada paisagem que se formava a nossa frente!


Após a descida da serra, seguimos por uma estrada mais plana e confortável. Dessa vez, o que roubou a cena, foi a formação de uma nuvem que nos acompanhou por algum tempo. 





Após alguns quilômetros, encontramos um grupo de ciclistas fazendo caminho inverso. Acredito que estavam voltando a Jacutinga. 




km 24 - No bairro Boa Vista de Adelaide, passamos pelo primeiro ponto de apoio. Para nossa alegria estava aberto, por isso, aproveitamos pegar o carimbo antes de seguir viagem.



O próximo ponto de apoio, bar da Ziza, não encontrava-se aberto. 



Uma das coisas que mais gosto, nessas cicloviagens, é observar o modo de vida simples e pacato das pessoas! 



Após alguns quilômetros tranquilos, passamos a visualizar as próximas serras que nos aguardavam. 


Devido ao horário, o sol já estava a pino! Com uma dura subida pela frente, seguíamos procurando as sombras e, vez por outra, parávamos para tomar um fôlego. Foi assim que conhecemos o Sr. Cláudio, ex morador de uma cidade vizinha a nossa, Limeira, que atualmente mora no local. Ele falou sobre a paz e tranquilidade de morar aqui. 


Também nos deu sugestões de passeio na região e até nos convidou a entrar, para um cafezinho. Agradecemos sua hospitalidade mais deixamos para aceitar numa próxima visita. É maravilhoso esses encontros que os caminhos nos proporcionam!

Seguimos subindo sem o auxílio das sombras, já que foram ficando cada vez mais escassas. 


Para nossa alegria, nuvens começaram a surgir e diminuíram um pouco a exposição do sol. 

Km 17,5 - Chegamos ao quinto cruzeiro do Caminho da Prece, que também fica em uma paisagem maravilhosa! Filipe acabou passando reto, já que o cruzeiro encontra-se em uma descida. Eu decidi parar e contemplar, tanto a paisagem como a mensagem. 



E valeu muito a pena! 


Km 17 - Chegamos as imediações da Fazenda Jerusalém. O lugar, além de ter uma bela paisagem, tem passagens bíblicas que também nos fazem refletir. 

Foto Oswaldo Buzzo


Km 14,5 - Chegamos a mais um ponto de apoio, no bairro Paredes. Compramos um sorvete de saquinho, para aliviar o calor, e pegamos mais um carimbo em nossas credenciais. 


Haviam duas crianças no bar, provavelmente filhos do proprietário. Quando saímos, pegaram suas bikes e nos seguiram por alguns metros, como que apostando corrida com agente. 


O que me chamou atenção é que a menina tem uma deficiência na mão esquerda, o que não a impediu de rapidamente pegar sua bicicleta, pedalar com força e alegria. É muito bom observar o quanto somos seres adaptáveis e vencemos os desafios impostos por uma vida que, apesar de imperfeita, nos permite ser felizes! 

Após alguns quilômetros, passamos por uma mangueira carregadinha. Paramos para conferir se havia alguma fruta em ponto de ser consumida, mas infelizmente ainda estavam verdes. 



Fomos informados, por mais uma placa do Caminho da Prece, que adentramos outro município. Agora, saíamos de Inconfidentes para entrar em Tocos do Moji. 


As subidas continuavam a não nos dar trégua. Mas gosto da frase que diz: 'sem montanhas não há paisagens!' Por isso, após o grande esforço, vale a pena parar e contemplar o feito. 



km 10,6 - Passamos por uma pequena vila e pela Igreja São Francisco.



Achei bacana que, em algumas placas, constam uma estimativa de tempo para o peregrino. Nesta, por exemplo, avisa ao caminhante que faltam 3h30 para o final do percurso. 





Voltamos a subir, o que provavelmente era, o último acenso do dia. Já estávamos quase sem água e o calor nos castigava muito. Achava que a próxima parada, ou ponto de apoio, era na cidade de Borda da Mata. Sugiro que peçamos água na próxima casa. Uns 10 segundos após dizer isso, avistamos uma placa de ponto de apoio, na casa do Sr. Vicente.




Sr. Vicente e sua família nos recebeu com muito carinho. Nos cedeu água sem custo e ainda nos agraciou com sua história de vida! No contou como é cultivar seus mais de 7 mil pés de café, sua comercialização e, para finalizar, nos deixou provar o café de suas terras. Nos disse que, em sua casa, água e café serão sempre gentilezas. Era tudo o que precisávamos! Recarregamos nossas baterias, agradecemos e seguimos em frente. 

km 7,9 - Poucos quilômetros acima da casa do Sr. Vicente, encontra-se o sexto e último cruzeiro do caminho. Este é localizado no ponto mais alto do Caminho da Prece - 1.101m. 






Sem dúvida é um dos locais mais belos de todo o caminho! 

km 5,9 - Passamos por mais um ponto de apoio na Igreja Moji, mas infelizmente estava fechado. 



Adentramos outro município, saindo de Tocos do Moji e passando para Borda da Mata, nosso destino do dia. Aqui também continha uma mensagem muito especial!


As próximas placas tinham como que uma contagem regressiva. 




Faltando 3,5 km foi possível avistar a cidade.


km 2,3 - Enfim chegamos em nosso destino de hoje!


km 1 - Aqui, Caminho da Fé e Prece se encontram novamente. Seguimos subindo por Borda da Mata, com muita gratidão e senso de dever cumprido!




Km 0 - Em frente da Igreja Matriz de Borda da Mata. 



Conseguimos!!
Gratidão!! 

Extremamente felizes, fizemos a foto para registrar nosso Caminho da Prece percorrido com sucesso!



Assim que baixou a adrenalina, lembramos de outra necessidade que tínhamos no momento. Famintos, decidimos ir em busca de algo para comer e beber. Mas eu já sabia exatamente o que queria! Sempre que lemos coisas sobre o Caminho da Fé, ficamos sabendo de experiências pessoais e gastronômicas que existem no percurso. Em Borda da Mata, o famoso é um tal de pastel na Praça! Por isso, pergunto a uns senhores, sentados em um banco, onde fica o tal restaurante. Eles apontam uma esquina e seguimos até lá. Para nossa tristeza, infelizmente, ele já havia fechado. 



Como a porta estava semi aberta, abaixei e espreitei. Vi que ainda havia uma certa movimentação lá dentro. Moacir, proprietário do estabelecimento, percebeu a minha presença e perguntou se podia ajudar. Perguntei se havia sobrado algum pastel, mas infelizmente não tinha... Comento que ouvi muitos elogios sobre seu pastel, mas que ainda não tinha tido oportunidade de experimentar. Ao ouvir isso, ele nos fitou, pensou e nos convidou a entrar. Disse que ninguém poderia sair daqui sem experimentar suas iguarias!


O pastel é diferenciado visto que é feito com massa caipira, ou seja, com farinha de milho. É realmente muito especial, acho que comi umas 4 unidades!




Gratos e alimentados, nos despedimos do Sr. Moacir e seguimos para o hotel San Diego. 


Foi sem dúvida o melhor lugar que ficamos nessa viagem! O quarto é imenso, cama é queen e fomos até autorizados a entrar com as bikes no ambiente. E o chuveiro então... foi um caso a parte!! Tudo foi perfeito... O único ponto negativo, que não está diretamente ligado a pousada, foi o restaurante, que fica no térreo, não abrir aos domingos. 

Chegamos relativamente cedo, umas 14 hrs. Tomamos um banho e nos deitamos para descansar. Umas 18 hrs saímos a procura de algum tipo de refeição. Como era Natal, foi difícil achar um local aberto. Uns dois quarteirões depois da igreja, descobrindo o Bar do Vander, um local muito simples.


No entanto, o que nos chamou atenção é que o lugar estava cheio!  Em frente ao estabelecimento, havia uma praça, com umas 15 mesas lotadas de pessoas bem vestida, comendo e bebendo. Perguntamos a uma pessoa na rua, que nos confirmou que serviam bons petiscos por ali. Decidimos entrar e conferir. Fomos muito bem recebidos! Por apenas R$ 28,00 comemos lasanha, nhoque e carne, regada a cerveja. 






Antes de sair, perguntei ao proprietário qual o segredo do sucesso. Ele sorriu e me contou que o bar já existe há 40 anos. Era de seu pai. Comentou que o diferencial é o carinho e o atendimento que dá a seus clientes. O parabenizo e desejo que seu trabalho seja sempre bem sucedido. 

A sobremesa comemos na praça.


Polly nos avisou que viria para a Missa, aqui em Borda da Mata, por isso marcamos de nos encontrar às 21 hrs, em frente a igreja.





Tivemos a oportunidade e privilégio de conhecer sua família, todos muito queridos. 

Após nossas despedidas, seguimos cada qual para seu caminho.
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Segue pontos em destaques do caminho:
  • Serra do Monjolinho - bem inclinada!
  • 27,5 - Km 04,50 - Quarto Cruzeiro do Caminho da Prece - altitude 1.047m. Peregrinos deixam pedras - desapego.
  • 23,3 - Km 08,70 - Ponto de Apoio Igreja Bom Jesus / Bairro Boa Vista da Adelaide
  • 21,2 - Km 10,80 - Venda da Ziza / ponto de apoio e Carimbo
  • 20 - Km 12,00 - Placa 'Faltam 20 km'
  • 17,5 - Km 14,50 - Quinto Cruzeiro do Caminho da Prece 
  • 17 - Km 15,00 - Fazenda Jerusalém - paisagens maravilhosas!
  • 14,5 - Km 17,50 - Bar / Bairro Paredes / Ponto de Apoio e Carimbo
  • 11 - Km 21,00 - altitude 1.076m
  • 10,6 - Km 21,40 - Igreja São Francisco
  • 7,9 - Km 24,10 - Sexto Cruzeiro do Caminho da Prece - 1.101m - ponto mais alto do caminho
  • 5,9 - Km 26,10 - Igreja Moji 
  • 2,3 - Km 29,70 - Chegada a Borda da Mata
  • 0 - Km 32,00 - Chegada na frente da Igreja - Marco zero. 
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  • Final Caminho da Prece: Borda da Mata

Restaurante - Sal e Pimenta - self service - muito bom! (fechado)
Hotel San Diego - R$ 50,00 - excelente! (credenciado)
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 “O sucesso começa com um sonho, do sonho para a meta, da meta para a disciplina, da disciplina para a persistência e da persistência para a conquista!” 

Web
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  • Terceiro dia - retorno pedalando até Ouro Fino


  • Sugestão para retornar para Jacutinga de ônibus: Rodoviária 
                   Av. Wilson Megale,  Borda da Mata - MG




Ou seguir pela rodovia - 50 km. 
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Fonte:

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